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Volta às aulas presenciais com lancheira saudável

Publicado em 20/09/2021


O início da pandemia de covid-19 fez com que as aulas ganhassem um novo formato: o on-line. Mas com o avanço da vacinação e a adoção das medidas sanitárias adequadas, as escolas começam a retornar para o modo presencial. Esse período de retorno traz à tona um importante tema para a saúde das crianças: as lancheiras. E o que não pode faltar nelas são alimentos saudáveis. 

Não é recomendado oferecer guloseimas, salgados, frituras mesmo que algumas cantinas estejam recheadas dessas tentações e que os produtos ultraprocessados possuam versões reduzidas justamente para caber nas lancheiras.  Sim! Até mesmo o lanchinho do recreio precisa ser adequado e saudável, assim como a alimentação feita em casa. 

Conforme ensina o Guia Alimentar para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, os alimentos in natura ou minimamente processados devem ser a base da alimentação. Isso inclui variedades de todos os tipos de grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos, carnes e vale não apenas para refeições principais, mas também para os lanches. Ou seja, todos esses grupos são opções importantes para compor as refeições do dia a dia, incluindo as pequenas refeições e as opções para as lancheiras.

De acordo com Mônica Rocha, nutricionista pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Federal Fluminense (UFF), o incentivo à alimentação saudável começa em casa e continua na escola, que também possui um papel importante na construção de bons hábitos, inclusive os alimentares.

“A escola é um espaço de aprendizado, vivências e reflexões, sendo um local estratégico para a promoção da saúde. É no ambiente escolar que crianças e jovens passam grande parte do seu dia e, por isso, é fundamental proporcionar um ambiente saudável, que contribua para hábitos alimentares saudáveis”, explica Mônica.

Conforme orienta o Guia Alimentar Para a População Brasileira, as crianças estão em um processo especial de desenvolvimento. Sozinhas, ainda não conseguem compreender muitos dos elementos do mundo adulto. Nesse sentido, o ambiente no qual elas estão inseridas ajuda a moldar os gostos, hábitos e preferências. Por outro lado, Mônica lembra que quando se tem um ambiente que promove escolhas alimentares não saudáveis e comportamentos sedentários, com farta opções de alimentos ultraprocessados, isso resulta em um maior consumo e impactos negativos na saúde. 

Além de atuar no desenvolvimento infantil, a escola também possui um papel social importante. Ao oferecer uma alimentação adequada e saudável ela está favorecendo e incentivando o consumo de alimentos produzidos localmente, que respeitam a cultura alimentar e a sazonalidade dos produtos. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é um exemplo de iniciativa que favorece esse processo. O impacto disso é muito positivo para a economia local, além de proteger o meio ambiente e a saúde de crianças e adolescentes. 

Nesse sentido, outra iniciativa que deve ser destacada é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública, sendo uma política pública fundamental para a promoção da segurança alimentar e nutricional (SAN), reconhecida internacionalmente por garantir comida saudável no prato dessas crianças e adolescentes.  E a importância desse olhar atento para a alimentação se dá porque ela não repercute apenas na saúde. Ela também tem uma grande influência no aprendizado e rendimento escolar. Afinal, a infância é o auge do crescimento e desenvolvimento. Isso implica em uma necessidade nutricional para atender às demandas do organismo naturalmente.

Conforme explica a especialista, uma alimentação inadequada pode levar a deficiências nutricionais, como por exemplo a anemia, que interfere no aprendizado da criança. Além disso, ela lembra: pesquisas mostram que um maior consumo de alimentos ultraprocessados na infância está associado a reflexos no ganho de peso em fases futuras, como a adolescência e idade adulta. “Já são comprovados outros impactos do excesso de peso na infância, como o comprometimento do rendimento escolar, que poderá implicar em uma maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho na vida adulta”, finaliza.

Segundo dados de crianças e adolescentes atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS), encontrados no documento da Estratégia de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA) de 2020, 15,9% dos menores de 5 anos e 31,8% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso e, dessas, 7,4% e 15,8%, respectivamente, apresentavam obesidade segundo Índice de Massa Corporal (IMC) para idade. 

Dicas e receitas para montar uma lancheira saudável 

E já que os lanches dos pequenos também são refeições importantes e, conforme vimos, representam um importante papel no desenvolvimento e saúde deles, reunimos algumas dicas e receitas que podem auxiliar na elaboração dessas preparações. Além das sugestões, a criatividade dos pais, responsáveis e até mesmo das crianças, que são super bem-vindas nesse processo, pode entrar em ação! 

O importante é sempre ter em mente a recomendação do Guia Alimentar, que possui a seguinte regra de ouro: alimentos in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável. 

Para exemplificar, Mônica lembra que esses alimentos podem ser: frutas cortadas ou inteiras, pão de queijo, pipoca, tapioca, frutas secas, granola caseira, milho cozido, sanduíche caseiro, bolo caseiro, castanhas, batata doce cozida, mandioca cozida, pão com geleia caseira, iogurte natural, entre outros. Ela ainda sugere algumas combinações interessantes e duas receitas super práticas. Olha só: 

Combinações possíveis: 

  • laranja cortada + pipoca
  • maçã cortada com granola + pão de queijo
  • caqui + pãozinho com geleia caseira e queijo
  • uva + bolo caseiro
  • melancia + milho cozido
  • banana + uva passas + tapioca
  • tangerina + mandioca cozida com manteiga

- Granola caseira

Ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de aveia em flocos grossos;
  • 1/2 xícara de castanhas (castanha de caju, castanha-do-pará, baru, amêndoas, avelã, etc) ou amendoim;
  • 1 xícara de chá de sementes (girassol, gergelim, linhaça, abóbora, etc);
  • 1 xícara de fruta desidratada (uva passa, ameixa seca, tâmara, banana passa, etc);
  • 4 colheres de sopa de óleo de sua preferência;
  • 4 colheres de sopa de melado;
  • 1/2 colher de chá de canela em pó;
  • 1 pitada de sal;

Modo de Fazer:

Misture tudo em uma tigela, exceto a fruta desidratada. Coloque em uma travessa e leve ao forno até dourar, mexendo várias vezes. Após assada, adicione a fruta desidratada. Sirva pura ou acompanhada de um iogurte natural, coalhada ou por cima de frutas frescas picadas. 

- Pãozinho de batata

Ingredientes:

  • 1 ½ xícara de chá de batata doce cozida amassada (pode substituir por inhame, abóbora, mandioquinha);
  • 1 xícara de chá de polvilho doce;
  • 1 xícara de chá de polvilho azedo;
  • ¼ de xícara de óleo;
  • Sal a gosto;

Modo de Fazer:

Em uma tigela, mistura bem todos os ingredientes. A massa fica macia e fácil de modelar. Faça bolinhas com as mãos e coloque em uma assadeira untada com um pouquinho de óleo. Leve ao forno e asse até dourar. 

Fonte: Ministerio da Saúde



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